Três jovens da classe média de Brasília foram indiciados ontem por terem planejado, pela internet, segundo a polícia, a morte de um adolescente. A delegada não achou necessário pedir a prisão preventiva dos jovens porque eles estudam, têm endereço fixo e moram com a família.
Enquanto isso, o Jornal do Brasil estampa em uma de suas páginas que 81% da população brasileira defende a redução da maioridade penal. Numa das cartas aos leitores do Globo, uma leitora quer saber até quando vão continuar acontecendo mortes horrendas no asfalto, sem uma ação enérgica por parte das autoridades que faça a violência parar.
As autoridades fazem sim: elas sobem o morro e matam. Matam jovens adolescentes, negros e pobres. Adolescentes que não têm casa, não estudam e não têm família, como os jovens de classe média de Brasília. Tais mortes ainda recebem o apoio da população que diz: é bandido, tem mais é que matar!
Hoje, 500 pessoas saem às ruas para lamentar a morte de João Helio, pedindo paz. Não teremos paz enquanto acharmos que somos nós as maiores vítimas da violência praticada. E que a punição é a solução primeira para o mal estar.
Não teremos paz enquanto comermos tranquilamente o nosso pão, sabendo que milhares precisam mendigar. Não teremos paz enquanto dormirmos sossegadamente debaixo do nosso teto confortável, sabendo que milhares não têm onde morar. Não teremos paz enquanto desfrutarmos da educação e do lazer a que temos acesso, sabendo que milhares não sabem ler nem escrever, milhares não conseguem se articular.
Enquanto a polícia nos protege, milhares ficam desprotegidos, sendo assassinados impunemente todos os dias. E não viram notícias de jornal e nem produzem algum tipo de comoção social. Porque são pretos, pobres e favelados.
Então que sociedade é essa que quer tanto paz? Sem justiça não há como aplacar os ódios e diminuir as desigualdades. Queremos paz sim, mas não uma paz forjada por tablóides sensacionalistas de jornais. Não podemos ter paz enquanto a justiça não se realizar.
Enquanto isso, o Jornal do Brasil estampa em uma de suas páginas que 81% da população brasileira defende a redução da maioridade penal. Numa das cartas aos leitores do Globo, uma leitora quer saber até quando vão continuar acontecendo mortes horrendas no asfalto, sem uma ação enérgica por parte das autoridades que faça a violência parar.
As autoridades fazem sim: elas sobem o morro e matam. Matam jovens adolescentes, negros e pobres. Adolescentes que não têm casa, não estudam e não têm família, como os jovens de classe média de Brasília. Tais mortes ainda recebem o apoio da população que diz: é bandido, tem mais é que matar!
Hoje, 500 pessoas saem às ruas para lamentar a morte de João Helio, pedindo paz. Não teremos paz enquanto acharmos que somos nós as maiores vítimas da violência praticada. E que a punição é a solução primeira para o mal estar.
Não teremos paz enquanto comermos tranquilamente o nosso pão, sabendo que milhares precisam mendigar. Não teremos paz enquanto dormirmos sossegadamente debaixo do nosso teto confortável, sabendo que milhares não têm onde morar. Não teremos paz enquanto desfrutarmos da educação e do lazer a que temos acesso, sabendo que milhares não sabem ler nem escrever, milhares não conseguem se articular.
Enquanto a polícia nos protege, milhares ficam desprotegidos, sendo assassinados impunemente todos os dias. E não viram notícias de jornal e nem produzem algum tipo de comoção social. Porque são pretos, pobres e favelados.
Então que sociedade é essa que quer tanto paz? Sem justiça não há como aplacar os ódios e diminuir as desigualdades. Queremos paz sim, mas não uma paz forjada por tablóides sensacionalistas de jornais. Não podemos ter paz enquanto a justiça não se realizar.
Um comentário:
Parabéns Eliane pelo seu blog, seu trabalho, e seus pensamentos...precisamos construir juntos com todos os INCONFORMADOS uma sociedade mais justa e igualitária!
André Fernandes
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